Uberaba, 29/11/2013.
Eu me vi no céu, em meio as suas nuances, em sua mescla de azuis, que compõe uma aquarela natural, feita a dedo. Tons de azuis tão lindos como nunca antes vi, variava do azul mais claro ao tom mais escuro e tenebroso, mas sem deixar de ser lindo mesmo assim. Os tons celestes alegravam a paisagem, faziam à visão mais linda.

Ao longe uma luz, um resquício do sol da tarde que restava por de trás das nuvens, parecia um portal me chamando em sua direção, a vontade de tocar o dourado ao redor das nuvens era imensa. Embrulhar-me naquelas cores, nos tons de amarelo, dourado e branco, quem sabe assim eu não reluzia também, não me fazia mais radiante.

Sem pensar me joguei em meio a elas, me transformei em arco íris, no limite sem fim do espaço, virei flores da primavera, me desmanchei, e me recompus.
Voltei a mim em instantes, já não me cabia de tanta alegria, de tanto torpor, ao ver tamanha maravilha, e mais por estar contida nela. Poder tocar, sentir os aromas das cores, das nuvens, aroma de chuva no ar. E sem mais nem menos, chuaaaa!!!!
A chuva chegou, me molhou com suas gotas, lavou meu corpo cansado, me embebeu em meio ao seu pranto que fecunda a terra e a faz florescer.
Desfiz-me mais uma vez me tornei água, escorri pelo céu, flutuei sem peso, leve como devia ser, evaporei e retornei ao ponto de partida, sentada em uma nuvem vendo o mundo lá de cima.


Senti seu brilho chegar a mim, iluminando minha face rubra, a lua se fez presente, crescente, e sem mais me lancei em seus braços, carregada pelas nuvens cheguei a sua superfície e me sentei na ponta de sua crescência, e olhei a terra aqui em baixo, tudo era tão pequeno, mas de uma beleza sem fim.
Adormeci na lua e despertei no caminho quando era transportada pelo brilho das estrelas que reluziam nas nuvens, apaguei sem medo, e acordei mais uma vez aqui onde estou, onde tudo começou, me vendo mais uma vez no céu a sorrir e brilhar, sentido felicidade, pulando em meio às nuvens e colhendo brilho de estrelas, e rastros de cometas, olhando de longe do infinito do céu, como tudo é belo aqui, e como somos pequenos perto de tamanha beleza e grandeza.