Vejos fotos, imagens, recebos informações estão todos bem, mas eu não. Ainda estou aqui parada no tempo ou não, a vida seguiu; eu sei que seguiu, mas eu não, fiquei parada vendo tudo passar diante dos meus olhos e não podia fazer nada, não controlo o tempo, a vida. Meu livre arbítrio é limitado, restrito a poucos campos da minha história.
A idéia de MAKTUB mais uma vez me vem a cabeça, e é sempre assim, como em muitos momentos não posso fazer muito, tinha de ser, o destino assim o fez, tracei os caminhos antes de tudo isso aqui e agora, não posso mudar muita coisa, não sei o que esperar diante de tudo o que há de vir pela frente, mas pelo que tenho visto as coisas podem ser boas, mas nao como eu gostaria que fossem, não são do modo que esperei que aconteceriam.

Não sei, a sensação que tenho é a mesma de uma frase de uma canção, que há muito escuto e muito chorei ao ouvir "meus sonhos estão cercados com arames farpados" fica dificil me aproximar deles, de fazê-los se tornarem real, quando estou chegando perto só me machuco cada vez mais tanto que, as feridas são grandes, sangrentas e quando se curam deixam marcas Assim vou me retraindo mais, criando mais defesas, mais barreiras, e ninguém mais chega perto de mim, pois vivo na defensiva com as armas em punho, com as barreiras postas e armadas.

Eu continuarei sozinha, mesmo que no meio da multidão, sobrevivendo ao meu eterno maktub até que eu entenda onde isso vai me levar, até chegar ao ponto onde conquisto algo. Lugar onde quem sabe o drama termine e inicie a comédia, talvez a parte da alegria da comédia romântica.

O meu devir há de vir, a minha mudança há de acontecer e eu ainda assim serei eu , um eu mais realizado, mais centrado, mais pertecente ao mundo, menos cheios de defesas, mais aberto, então o que escrevi será apenas uma parte do passado, onde não entendia o que estava acontecendo só ia junto com a maré, carregada pelas ondas em direção ao infinito do aceano.
E quando isso acontecer, entenderei que o agora não foi medonho e aceitarei o que escrevi antes de chegar aqui. Terei capacidade de entender que as linhas tortas que escrevi, levavam ao final do livro, ao final feliz, e só então darei rizadas de tudo isso e o que agora são lágrimas serão gargalhadas.
E enfim poderei dizer:
MAKTUB!